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sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Ano Novo

Sem vida nova. Ou sem nova vida, talvez seja melhor dizer assim.
A gravidez que para aqui trouxe em Outubro terminou como começou, de surpresa. Pela segunda vez na vida, este meu corpo recusou-se a parir um filho que esta minha cabeça não desejou. Os meus filhos gera-os a mente. E assim, às 6 semanas de gestação, este meu útero deixou-se de insolências:"Está bem." - disse ele. E capitulou. Deixou jorrar o sangue que me trouxe a vida de regresso aos eixos, com o ressentimento marcado em cada contracção que me lembrava do parto que não quis.
A Natureza sabe ser tão cruel quanto benevolente, o que nos torna ínfimos.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Gente feliz com lágrimas

Muitas lágrimas.
Tão diferente é esta gravidez... tão diferente das anteriores, que hesitei em trazê-la para aqui. Porque, de facto, este é um filho-acidente, um filho que nunca nos passou pela cabeça, antes de passar à barriga, em desacordo absoluto com o que em tempos deixei escrito no cabeçalho deste blogue. Desta feita, o percurso foi o inverso, e nós sentimo-lo como se fôssemos ao volante de um camião-cisterna, daqueles com sinalética raiada a amarelo fluorescente, indicando "veículo longo", feito louco, fora de mão, atacando uma saída da auto-estrada como se fosse a entrada, absolutamente indiferente ao vermelho do sinal. Assim aconteceu com este filho. Tomou-me de assalto o útero sem me passar pela cabeça. Ponderámos travá-lo. Ponderámos deixá-lo seguir. Foi tão complicada, difícil, dolorosa a decisão... Foram dias de revolta por nos vermos obrigados a uma decisão assim. Porque há opções com as quais não nos queremos confrontar, por não se apesentarem como verdadeiras opções, por se apresentarem como inevitabilidades, factos consumados, à espera da nossa anuência coagida. Enfim, "A Escolha de Sofia" na vida de cada um de nós.